História

A proposta deste programa nasceu de uma experiência do Centro de Educação e Ciências Humanas - CECH da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em oferecer um curso de especialização, no ano de 1977, para professores do ensino especial da cidade de São Carlos e região. Concluído tal curso houve um aumento na demanda, tanto no sentido de ampliar as oportunidades para novos professores, quanto para prosseguir com a formação daqueles que fizeram o primeiro curso.

Naquela época, o governo de São Paulo institucionalizava no estado um sistema de Educação Especial (Bueno, 1993) e incluía, entre suas metas, a formação de grandes contingentes de recursos humanos. Esta iniciativa do governo estadual ocasionou a implantação quase que explosiva de habilitações em Educação Especial nos cursos de graduação em Pedagogia, sem que se contasse, para isto, com corpo docente qualificado.

Desta forma, a proposição de uma pós-graduação foi considerada tendo em vista a possibilidade de preparar “agentes multiplicadores” e consequentemente, romper o círculo vicioso da ausência de docentes qualificados em todos os níveis de ensino, uma vez que uma análise da realidade apontava para a escassez de núcleos de formação sistemática de profissionais em Educação Especial, e não apenas de docentes (Souza, Guidi, Ferraz e Ferraz Junior, 1981).

O Centro de Educação e Ciências Humanas da UFSCar assumiu o papel de aperfeiçoar o professor que iria ensinar nesses cursos e buscou criar as condições para iniciar uma tradição de pesquisa até então incipiente no Brasil.

Surgiu então o denominado Programa de Mestrado em Educação Especial-PMEE, com área de concentração em deficiência mental, para desenvolver competências nas atividades de pesquisa, prestação de serviço e docência em Educação Especial.

Como não havia na instituição (nem no Brasil) um núcleo com tradição de pesquisa e de ensino de graduação na área, que pudesse dar um passo "natural" na evolução acadêmica e ampliar seu nível de atuação, o Mestrado foi implantado com base na experiência de pesquisadores em Psicologia, Filosofia e Educação que, embora nunca tivessem trabalhado diretamente com as principais questões relativas à Educação Especial, dispuseram-se a enfrentar o problema e a começar, com os alunos, um programa de pesquisas na área.

A estrutura curricular sofreu três grandes reformulações a partir da implantação do curso, especificamente nos anos de 1986, 1990 e 1997. No ano de 1990 houve também a alteração na denominação de “Programa de Mestrado em Educação Especial” (PMEE) para “Programa de Pós-Graduação em Educação Especial” (PPGEEs), e na área de concentração de ”Deficiência Mental” para “Educação do Indivíduo Especial”, que visou dar maior abrangência ao curso.

A última reformulação no ano de 1997 foi ocasionada pelo objetivo de implantar o doutorado e em função da necessidade de ajustes em conformidade às diretrizes políticas da pós-graduação no país. As alterações básicas resultantes visou a compor no programa de pós-graduação uma estrutura curricular que permitisse uma continuidade na formação de recursos humanos do mestrado e doutorado, a redução no prazo de integralização dos créditos em disciplinas e uma maior flexibilização na grade curricular.

A aprovação da CAPES para a abertura do doutorado foi conquistada em 1999, 21 anos após o início do mestrado.

O PPGEEs na área de Educação Especial no país

O PPGEEs foi o primeiro Programa de Pós-Graduação em Educação Especial implantado no país, e desde então se constitui no único programa específico na área. Na atualidade existem vários outros programas de pós-graduação, particularmente na área de Educação, que constituíram eixos temáticos, núcleos ou linhas de pesquisas dedicados à Educação Especial.

O esforço para criar as condições, implantar e consolidar este programa resultou o desenvolvimento de um centro de pesquisa bastante ativo nos últimos anos. A produção de pesquisa deste centro tem mostrado um crescimento contínuo em termos quantitativos e qualitativos e a atuação do Programa tem sido fundamental para a formação de recursos humanos em Educação Especial.

O Programa habilitou 701 mestres e 249 doutores até dezembro de 2022, o que representa um contingente substancial de recursos humanos qualificados para o ensino superior, com um enorme potencial multiplicador